Nessa viagem eu estava gravida da Maria, a Jojô viajou conosco, passamos um dia em Torres depois fomos pra praia do Rosa onde o meu irmão Rubinho ficou com a gente.
domingo, 17 de julho de 2011
Mariana, Malane, Daniela e Roberta
Momentos na Escolinha Banzè
TRECHOS DO LIVRO UM SILENCIO AZUL
"Assim como foi na minha barriga que ele germinou, nos meus braços que ele cresceu, no meu carinho que ele desabrochou agora, será na minha aceitação de seu novo estado que ele irá , outra vez, viver. Essa tarefa é minha. Esse é o privilégio de ter o cordão umbilical. É preciso ouví-lo."
Este texto acima faz parte do livro Um Silêncio Azul, escrito por Hilda Simões Lopes, ela teve seu filho Rodrigo tirado de seus braços em maio de 1996, com 16 anos também vítima de acidente de trânsito.
Quando li pela primeira vez este livro faziam alguns meses que minhas filhas haviam partido, chorei muito, mas também me ajudou, como toda mãe que perde um filho, me identifiquei muito com tudo que ela escreveu.
Aconselho a leitura dele para as outras mães, recentemente o li novamente, pois assim como nas palavras e sentimentos da Hilda, também sinto minhas meninas ligadas a mim por um cordão umbilical que jamais será cortado, nossos laços de Amor são muito maior que esta vida e este mundo, são eternos...
"Pois nesse mundo, Dig, havia a mãe e a noite, e elas estavam juntas quando a mãe soube que um de seus filhos partira. Por vários dias, meses talvez, ela pediu ao filho, que diziam morto, para dizer onde estava; iria buscá-lo. Não importava onde, ela atravessaria o universo,caminhando noite e dia, de pés discalços e esfarrapada, que então era, agora, sua realidade. E a mãe, Dig, ela se enxergava em busca do filho, e era tão grande a força que ela tinha para ir, que até as aguas, os ventos e o fogo tiveram medo daquela mulher. E crescia nela a certeza de que chegaria ao filho; apenas precisava saber onde ele estava. Os outros personagens seguiam falando que o seu menino morrera, mas a mulher e o filho eram ligados por fios mágicos. Ao início, por nove meses, um cordão ligara aos dois pelo umbigo. Quando cortaram esse elo, a mulher beijou o filho na testa, acariciou-lhe a mão e mirou- o nos olhos. No mesmo instante um fio de saliva amarrou o filho e a mãe pela boca, outro fio de calor prendeu as mãos de um nas mãos do outro, e um terceiro fio, de entendimento, conectou os dois pelos olhos. E por dezesseis anos viveram assim. Quando estavam longe, os fios se prolongavam, e a vida era boa, porque um sentia que o outro existia. Veio, então, a noite em que o filho ficou mais branco do que as nuvens e, sorrindo, adormeceu para não mais acordar. A mãe explodiu, e só restaram estilhaços do mais morto dos corpos, porque era morto e permanecia incepulto. Logo, porém, algo semelhante a uma descarga elétrica fez tremerem as entranhas da mãe. A mulher ergueu-se do charco de lágrimas, e prestou atenção ao que ocorria no fundo do centro de todas as cascas, também das camadas, enfim do miolo, do seu coração. E viu que ali piscava alguma coisa tão vigorosa quanto as forças que moviam os planetas e as estrelas. A mulher se enrolou em si mesma e, quando se desembrulhou, retornara a vida porque entendera que seguia ligada ao filho, por um daqueles fios mágicos."
Espero que todas as mães consigam sentir novamente o fio mágico...
Este texto acima faz parte do livro Um Silêncio Azul, escrito por Hilda Simões Lopes, ela teve seu filho Rodrigo tirado de seus braços em maio de 1996, com 16 anos também vítima de acidente de trânsito.
Quando li pela primeira vez este livro faziam alguns meses que minhas filhas haviam partido, chorei muito, mas também me ajudou, como toda mãe que perde um filho, me identifiquei muito com tudo que ela escreveu.
Aconselho a leitura dele para as outras mães, recentemente o li novamente, pois assim como nas palavras e sentimentos da Hilda, também sinto minhas meninas ligadas a mim por um cordão umbilical que jamais será cortado, nossos laços de Amor são muito maior que esta vida e este mundo, são eternos...
"Pois nesse mundo, Dig, havia a mãe e a noite, e elas estavam juntas quando a mãe soube que um de seus filhos partira. Por vários dias, meses talvez, ela pediu ao filho, que diziam morto, para dizer onde estava; iria buscá-lo. Não importava onde, ela atravessaria o universo,caminhando noite e dia, de pés discalços e esfarrapada, que então era, agora, sua realidade. E a mãe, Dig, ela se enxergava em busca do filho, e era tão grande a força que ela tinha para ir, que até as aguas, os ventos e o fogo tiveram medo daquela mulher. E crescia nela a certeza de que chegaria ao filho; apenas precisava saber onde ele estava. Os outros personagens seguiam falando que o seu menino morrera, mas a mulher e o filho eram ligados por fios mágicos. Ao início, por nove meses, um cordão ligara aos dois pelo umbigo. Quando cortaram esse elo, a mulher beijou o filho na testa, acariciou-lhe a mão e mirou- o nos olhos. No mesmo instante um fio de saliva amarrou o filho e a mãe pela boca, outro fio de calor prendeu as mãos de um nas mãos do outro, e um terceiro fio, de entendimento, conectou os dois pelos olhos. E por dezesseis anos viveram assim. Quando estavam longe, os fios se prolongavam, e a vida era boa, porque um sentia que o outro existia. Veio, então, a noite em que o filho ficou mais branco do que as nuvens e, sorrindo, adormeceu para não mais acordar. A mãe explodiu, e só restaram estilhaços do mais morto dos corpos, porque era morto e permanecia incepulto. Logo, porém, algo semelhante a uma descarga elétrica fez tremerem as entranhas da mãe. A mulher ergueu-se do charco de lágrimas, e prestou atenção ao que ocorria no fundo do centro de todas as cascas, também das camadas, enfim do miolo, do seu coração. E viu que ali piscava alguma coisa tão vigorosa quanto as forças que moviam os planetas e as estrelas. A mulher se enrolou em si mesma e, quando se desembrulhou, retornara a vida porque entendera que seguia ligada ao filho, por um daqueles fios mágicos."
Espero que todas as mães consigam sentir novamente o fio mágico...
domingo, 5 de junho de 2011
Momentos da Maria com as irmãs
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Entrada de ano em 2003, esta galerinha cresceu junto, os pais são amigos desde a adolescencia.

Festa do cholate , Chocofest em Gramado.
Natal na casa dos avós, Mariana com Maria, Pietra, Malane com a Gisela.
Transformando a dor em arte
Já se passaram 7 anos, as vezes não sei como consegui viver todo este tempo sem minhas filhas, me pergunto muitas vezes porque???, todos me acham forte, mas por dentro estou em pedaços, em retalhos que tento juntar dia após dia. Todo trabalho que faço compondo peças de patchwork com cores, estampas, são como tentar reunir todos os momentos felizes que vivi, sempre penso no que elas gostavam, como fariam...
Certa vez me disseram que eu deveria parar de pensar e falar nelas, deixá-las descansar em paz, como se fosse possível esquecer um filho... espero que essa pessoa nunca tenha que passar por esta perda. Quando falo nelas, não falo com sofrimento ou lamento, procuro manter vivas as lembranças de momentos felizes e dos dias que vivemos, me faz bem, e é como se elas ainda estivessem por aqui e isto me acalenta.
Fico tentando imaginar como seria a nossa vida hoje, se elas estivessem aqui, a Maria me indaga sobre isto as vezes, pensa em como seria ter as irmãs por perto, percebo que quando ela vê alguma criança sendo cuidada por irmão mais velho, adolescente, sente uma tristeza ao pensar no que poderia estar vivendo e não viveu.
Nós pais também sentimos esta dor muito grande quando pensamos em momentos que deixamos de viver, o aniversário de 15 anos da Malane, as formaturas do 1º e 2º grau dela, a formatura da faculdade da Mariana e bem próximo a da Malane, talvez casamento, o dia a dia profissional; tirando a carteira de motorista, dirigindo... não consegui ver as minhas filhas viverem nada disto, então dói muito...
Na correria da vida a gente não sente o tempo passar , tenta se manter ocupado o máximo de tempo possível, temos o privilégio de ter uma criança na nossa vida, uma filha linda e carinhosa que nasceu com a difícil missão de nos manter em pé depois do acontecimento mais triste de nossas vidas.
Certa vez me disseram que eu deveria parar de pensar e falar nelas, deixá-las descansar em paz, como se fosse possível esquecer um filho... espero que essa pessoa nunca tenha que passar por esta perda. Quando falo nelas, não falo com sofrimento ou lamento, procuro manter vivas as lembranças de momentos felizes e dos dias que vivemos, me faz bem, e é como se elas ainda estivessem por aqui e isto me acalenta.
Fico tentando imaginar como seria a nossa vida hoje, se elas estivessem aqui, a Maria me indaga sobre isto as vezes, pensa em como seria ter as irmãs por perto, percebo que quando ela vê alguma criança sendo cuidada por irmão mais velho, adolescente, sente uma tristeza ao pensar no que poderia estar vivendo e não viveu.
Nós pais também sentimos esta dor muito grande quando pensamos em momentos que deixamos de viver, o aniversário de 15 anos da Malane, as formaturas do 1º e 2º grau dela, a formatura da faculdade da Mariana e bem próximo a da Malane, talvez casamento, o dia a dia profissional; tirando a carteira de motorista, dirigindo... não consegui ver as minhas filhas viverem nada disto, então dói muito...
Na correria da vida a gente não sente o tempo passar , tenta se manter ocupado o máximo de tempo possível, temos o privilégio de ter uma criança na nossa vida, uma filha linda e carinhosa que nasceu com a difícil missão de nos manter em pé depois do acontecimento mais triste de nossas vidas.
domingo, 8 de maio de 2011
DIA DAS MÃES
A emoção de ser mãe é muito grande, não conheço um amor maior do que o que sinto por minhas filhas, acredito que seja assim com a maioria das mães. Amar é viver cada momento da melhor maneira possível, é ter este amor reconhecido mesmo quando precisamos dizer não ou repreender, é participar das brincadeiras, dos temas, dos momentos difíceis de adaptação com as fases da vida, participar das reuniões e festas escolares, mesmo que você já saiba tudo que vai ser dito, tem que estar presente.
Quando tive minha primeira filha Mariana, disse ao meu marido que ela e todos outros filhos que eu tivesse estariam sempre em primeiro lugar na minha vida e assim o è até hoje...
Eu com a Mariana recém nascida, ainda no hospital.
Com a Malane com 1 mes em casa.
Com a Maria Gabriela, com poucos meses.
Eu e a Mariana, ela tinha dois aninhos e eu tinha 21.
Na foto abaixo, nós duas andando de bicicleta na Redenção, acho que ela estava com uns seis anos.
Eu e a Malane em uma festinha de dia das mães da escolinha Banzé,
ela tinha quatro aninhos.
Na foto abaixo, no condominio do Jardim Vila Nova, a Malane tinha quase dois anos.
DIA DAS MÃES NO BANZÉ, A MARIANA NO MEIO DOS COLEGAS.
Com a Maria Gabriela, também numa festa de Dia das mães no Banzé, ela tinha quase dois anos e eu com 37anos.

Foto com as tres e a
minha sobrinha, a Maria
era recém nascida, no
colo da Malane.
È muito difícil continuar sendo mãe e forte sem a presença de nossos filhos, não faz parte da natureza da vida eles partirem antes de nós , não foi criado nem nome pra isso, existem viúvas, órfãos , mas que nome dar as mães que perdem seus filhos???
No primeiro dia das mães sem a Mariana e a Malane eu não queria nem acordar, então fiquei na cama tentando dormir mais um pouco quando cochilei e sonhei que elas estavam me abraçando, então acordei sentindo ainda aquele abraço, foi uma sensação muito boa e especial... logo em seguida bateram na porta e o Diógenes foi atender, era uma linda cesta de Dia das mães com um cartão " Te amamos ! beijos do Marcelo, Bárbara e Bi ", foi o presente mais carinhoso que eu poderia ter recebido, a Maria ainda era muito pequena e nem entedia o que estava acontecendo, mas mesmo assim eu ja tinha participado no dia anterior de uma comemoração na escolinha dela.
È muito importante nestes momentos difíceis, ter pessoas como estes jovens que também estavam sofrendo(namorados de minhas filhas e cunhada amiga da Malane), que com um jesto de carinho com poucas mas grandes palavras, melhoraram muito o meu dia, foi a melhor ajuda que recebi naquele dia...
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