domingo, 17 de julho de 2011

Momentos na Escolinha Banzè


 Momentos da Mariana na escolinha, ela entrou no Banzé em 1988 até 1991.
 
 

Momentos da Malane, ficou na escolinha de 1992 até 1994.
 


Primeiro dia da Maria no Banzé, em 2002, foto tirada pela Mariana.




Abaixo fotos da festinha de final de ano, as manas estavam presentes.
 

TRECHOS DO LIVRO UM SILENCIO AZUL

"Assim como foi na minha barriga que ele germinou, nos meus braços que ele cresceu, no meu carinho que ele desabrochou agora, será na minha aceitação de seu novo estado que ele irá , outra vez, viver. Essa tarefa é minha. Esse é o privilégio de ter o cordão umbilical. É preciso ouví-lo."

Este texto acima faz parte do livro Um Silêncio Azul, escrito por Hilda Simões Lopes, ela teve seu filho Rodrigo tirado de seus braços em maio de 1996, com 16 anos também vítima de acidente de trânsito.

Quando li pela primeira vez este livro faziam alguns meses que minhas filhas haviam partido, chorei muito, mas também me ajudou, como toda mãe que perde um filho, me identifiquei muito com tudo que ela escreveu.
Aconselho a leitura dele para as outras mães, recentemente o li novamente, pois assim como nas palavras e sentimentos da Hilda, também sinto minhas meninas ligadas a mim por um cordão umbilical que jamais será cortado, nossos laços de Amor são muito maior que esta vida e este mundo, são eternos...


"Pois nesse mundo, Dig, havia a mãe e a noite, e elas estavam juntas quando a mãe soube que um de seus filhos partira. Por vários dias, meses talvez, ela pediu ao filho, que diziam morto, para dizer onde estava; iria buscá-lo. Não importava onde, ela atravessaria o universo,caminhando noite e dia, de pés discalços e esfarrapada, que então era, agora, sua realidade. E a mãe, Dig, ela se enxergava em busca do filho, e era tão grande a força que ela tinha para ir, que até as aguas, os ventos e o fogo tiveram medo daquela mulher. E crescia nela a certeza de que chegaria ao filho; apenas precisava saber onde ele estava. Os outros personagens seguiam falando que o seu menino morrera, mas a mulher e o filho eram ligados por fios mágicos. Ao início, por nove meses, um cordão ligara aos dois pelo umbigo. Quando cortaram esse elo, a mulher beijou o filho na testa, acariciou-lhe a mão e mirou- o nos olhos. No mesmo instante um fio de saliva amarrou o filho e a mãe pela boca, outro fio de calor prendeu as mãos de um nas mãos do outro, e um terceiro fio, de entendimento, conectou os dois pelos olhos. E por dezesseis anos viveram assim. Quando estavam longe, os fios se prolongavam, e a vida era boa, porque um sentia que o outro existia. Veio, então, a noite em que o filho ficou mais branco do que as nuvens e, sorrindo, adormeceu para não mais acordar. A mãe explodiu, e só restaram estilhaços do mais morto dos corpos, porque era morto e permanecia incepulto. Logo, porém, algo semelhante a uma descarga elétrica fez tremerem as entranhas da mãe. A mulher ergueu-se do charco de lágrimas, e prestou atenção ao que ocorria no fundo do centro de todas as cascas, também das camadas, enfim do miolo, do seu coração. E viu que ali piscava alguma coisa tão vigorosa quanto as forças que moviam os planetas e as estrelas. A mulher se enrolou em si mesma e, quando se desembrulhou, retornara a vida porque entendera que seguia ligada ao filho, por um daqueles fios mágicos."

Espero que todas as mães consigam sentir novamente o fio mágico...

domingo, 5 de junho de 2011

Momentos da Maria com as irmãs

 Maria no colo da Malane no apartamento do Jardim Vila Nova.

Entrada de ano em 2003, esta galerinha cresceu junto, os pais são amigos desde a adolescencia.

As fotos ao lado e embaixo são no primeiro aninho da Maria, esta festa aconteceu pela inscistência da Mariana, pretendiamos fazer festa quando ela fizesse dois anos para aproveitar melhor a festa... foi o único aniversário com as irmãs...

 Festa do cholate , Chocofest em Gramado.

Natal na casa dos avós, Mariana com Maria, Pietra, Malane com a Gisela.

Transformando a dor em arte

Já se passaram 7 anos, as vezes não sei como consegui viver todo este tempo sem minhas filhas, me pergunto muitas vezes porque???, todos me acham forte, mas por dentro estou em pedaços, em retalhos que tento juntar dia após dia. Todo trabalho que faço compondo peças de patchwork com cores, estampas, são como tentar reunir todos os momentos felizes que vivi, sempre penso no que elas gostavam, como fariam...
Certa vez me disseram que eu deveria parar de pensar e falar nelas, deixá-las descansar em paz, como se fosse possível esquecer um filho... espero que essa pessoa nunca tenha que passar por esta perda. Quando falo nelas, não falo com sofrimento ou lamento, procuro manter vivas as lembranças de momentos felizes e dos dias que vivemos, me faz bem, e é como se elas ainda estivessem por aqui e isto me acalenta.
Fico tentando imaginar como seria a nossa vida hoje, se elas estivessem aqui, a Maria me indaga sobre isto as vezes, pensa em como seria ter as irmãs por perto, percebo que quando ela vê alguma criança sendo cuidada por irmão  mais velho, adolescente, sente uma tristeza ao  pensar no que poderia estar vivendo e não viveu.
Nós pais também sentimos esta dor muito grande quando pensamos em momentos que deixamos de viver, o aniversário de 15 anos da Malane, as formaturas do 1º e 2º grau dela, a formatura da faculdade da Mariana e bem próximo a da Malane, talvez casamento, o dia a dia profissional; tirando a carteira de motorista, dirigindo... não consegui ver as minhas filhas viverem nada disto, então dói muito...
Na correria da vida a gente não sente o tempo passar , tenta se manter ocupado o máximo de tempo possível, temos o privilégio de ter uma criança na nossa vida, uma filha linda e carinhosa que nasceu com a difícil missão de nos manter em pé depois do acontecimento mais triste de nossas vidas.

domingo, 8 de maio de 2011

DIA DAS MÃES


 


A emoção de ser mãe é muito grande, não conheço um amor maior do que o que sinto por minhas filhas, acredito que seja assim com a maioria das mães. Amar é viver cada momento da melhor maneira possível, é ter este amor reconhecido mesmo quando precisamos dizer não ou repreender, é participar das brincadeiras, dos temas, dos momentos difíceis de adaptação com as fases da vida, participar das reuniões e festas escolares, mesmo que você já saiba tudo que vai ser dito, tem que estar presente.
Quando tive minha primeira filha Mariana, disse ao meu marido que ela e todos outros filhos que eu tivesse estariam sempre em primeiro lugar na minha vida e assim o è até hoje...


Eu com a Mariana recém nascida, ainda no hospital.

Com a Malane com 1 mes em casa.

Com a Maria Gabriela, com poucos meses.

Eu e a Mariana, ela tinha dois aninhos e eu tinha 21.

Na foto abaixo, nós duas andando de bicicleta na Redenção, acho que ela estava com uns seis anos.


Eu e a Malane em uma festinha de dia das mães da escolinha Banzé,
ela tinha quatro aninhos.


Na foto abaixo, no condominio do Jardim Vila Nova, a Malane tinha quase dois anos.


DIA DAS MÃES NO BANZÉ, A MARIANA NO MEIO DOS COLEGAS.

Com a Maria Gabriela, também numa festa de Dia das mães no Banzé, ela tinha quase dois anos e eu com 37anos.


Foto com as tres e a
minha sobrinha, a Maria
era recém nascida, no
colo da Malane.



È muito difícil continuar sendo mãe e forte sem a presença de nossos filhos, não faz parte da natureza da vida eles partirem antes de nós , não foi criado nem nome pra isso, existem viúvas, órfãos , mas que nome dar as mães que perdem seus filhos???
No primeiro dia das mães sem a Mariana e a Malane eu não queria nem acordar, então fiquei na cama tentando dormir mais um pouco quando cochilei e sonhei que elas estavam me abraçando, então acordei sentindo ainda aquele abraço, foi uma sensação muito boa e especial... logo em seguida bateram na porta e o Diógenes foi atender, era uma linda cesta de Dia das mães com um cartão " Te amamos ! beijos do Marcelo, Bárbara e Bi ", foi o presente mais carinhoso que eu poderia ter recebido, a Maria ainda era muito pequena e nem entedia o que estava acontecendo, mas mesmo assim eu ja tinha participado no dia anterior de uma comemoração na escolinha dela.
È muito importante nestes momentos difíceis, ter pessoas como estes jovens que também estavam sofrendo(namorados de minhas filhas e cunhada  amiga da Malane), que com um jesto de carinho com poucas mas grandes palavras, melhoraram muito o meu dia, foi a melhor ajuda que recebi naquele dia...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Carta do Diógenes agosto/ 1984

Esta carta ele escreveu quando contei que estava grávida, ainda não sabiamos se era menino ou menina, mostrei a Mariana quando tinha dez anos.

Junior faz 10 anos
        Aí júnior, como tu estás bonito, hoje fazes 10 anos de vida, estás forte e grande, já um homem.
        A dez anos atras nasceste, tínhamos então, eu e tua mãe, 19 anos, jovens mas muito seguros. 
        No começo foi meio duro, mas foi como a injeção no doente, doeu, doeu muito, mas trouxe a cura e a salvação ao doente.
        Nasceste em um tempo ingrato, para nos trazer força. Teu avô que agora te veste esta camiseta do Grêmio, em contra partida do teu tio que virou colorado, naquela época queria me ver longe.
        Tua vó que agora põe a mesa do bolo, queria era fazer de mim um bolo.
        Mas tudo passou, hoje estás aí, filho de uma Arquiteta piscicóloga e de um sociólogo deputado, e é graças a ti, que, na mocidade, nos trouxe a necessidade de nos tornarmos alguém.
        O orgulho não cabe dentro de mim, herdaste a bravura da tua mãe, a consciência do teu pai, e um pouco de cada um de teus quatro avós.
        Júnior, na verdade quero te dizer, que não importa se hoje fazer 10, 8, 6, 5 anos, nem se és filha, nem mesmo se és filho de outras árvores, o que realmente importa é que existes, e sabe o que mais, o importante é que saibas que tua mãe é minha própria vida desde 1983, e tu és a nossa vida agora e sempre.
        O amor que sinto pela tua mãe tornou as maiores muralhas, em portas abertas, e o amor que sentimos por ti a estrada da felicidade eterna.
        Júnior, não te recinta se eu não estiver mais por aqui quando leres esta carta, onde eu estiver, estarei torcendo por ti ( sendo que só me separarei de ti se for vontade de Deus).
        Filho ou filha, filhos ou filhas, a vida se resume no seguinte:
        - Ama sinceramente.
        - Assuma seus feitos.
        - Morra pelo povo.
        - Plante uma árvore.
        - escreva um livro.
        - e tenha um filho.

        Sou feliz!

        Algum dia, de algum mês, de algum ano, na cidade de Porto Alegre.

                                                Diógenes de Oliveira Casagrande.   

        
                                                                                 Aniversário da Maria em outubro de 2002
Festa na AABB, Malane com 9anos e Mariana com 13anos.

   Nem tudo transcorreu como na carta, mas a felicidade e o amor estiveram sempre presentes...

ANIVERSÁRIO DA MARIANA





 


Hoje dia 02 de maio a Mariana( Pedrita) , está fazendo 26 anos, para nós pais os filhos sempre estarão vivos, fazendo aniversário, não importa a distancia nunca deixarão de ser nossos filhos. Sempre que alguém me pergunta quantos filhos tenho a resposta é tres filhas. Lembro como se fosse ontém, quando engravidei da Mariana eu tinha 19 anos arressem completados, eramos namorados e fiquei insegura, quando contei ao Diógenes ele chegou a chorar de alegria, no outro dia até me entregou um poema que guardo até hoje. 
A partir daquele momento  nossas vidas e nossas identidades passaram a ser nossas filhas, nossos sonhos e nossas conquistas ficaram todos projetados em suas existências  e nos sonhos delas... naquele momento mudamos completamente nossas vidas,  passamos a ser um só, e  cada filho que tivemos  acrescentamos a este ser único, nos fizeram crescer e amadurecer ,  e para nós que eramos tão jovens  crescemos junto com elas, ensinando e aprendendo a cada dia com os erros ,  as noites de choro , de cólicas, de febre , cada sorriso,  cada passo e cada palavra  nova uma conquista, uma história...  
Feliz Aniversário minha filha, obrigada por ter feito parte de nossas vidas, por todos momentos felizes que vivemos juntos, por ter me ensinado tanto, principalmente por ter me feito descobrir o verdadeiro significado da palavra AMOR!